quarta-feira, 31 de março de 2010

Verona

30/03/2010
Meia noite.
Bom, acabo de terminar a leitura de "Os Sofrimentos do Jovem Werther" e nao ha como negar de que ele mecheu comigo. Uma leitura maravilhosa exprimindo uma torrente sentimental de um jovem apaixonado intensamente e devastadoramente... So penso no livro agora, mas devo escrever como fora o meu dia... Fui a Verona. Assim que acordei me arrumei todo e casquei fora. Peguei o trem. Pedi o mapa da cidade no centro de informacoes turisticas e me mandei. Desta vez sozinho, pela primeira vez sozinho na Italia. Me joguei na cidade. O primeiro ponto turistico foi a Arena. Um mini-coliseu muito bonito onde pagava-se um ingresso para entrar. Ha fotos. Uma coisa que me irrita um pouco nessas cidades turisticas é que sempre tem uma avenida ou um calçadao onde parecem shoppings a ceu aberto e te "obrigam" a passar apertado em frente das lojas de grife famosas e outras multinacionais... Tira um pouco da essencia e da historia da cidade. Depois de passar por um calçadao desses chego numa pequena praça onde se espalham pequenas tentas para vender bugigangas turisticas, tinha tambem na praça uma fonte, algumas esculturas (uma dela a de Dante Alighieri), uma torre de 83 metros a qual eu subi de escada (pagando tambem) para desfrutar de uma bela vista panoramica da cidade (e que bela) e a casa de Julieta (Giulieta em italiano). Demorei para citar isso mas Verona é sim o cenario da tragédia romantica de Sheakespere Romeu e Julieta. Vendo a cidade fica um pouco mais claro o motivo de tanta inspiraçao de Sheakespere. A cidade ganha com isso. Ha uma suposta casa de Julieta assim como a sacada de onde ela ouvia as declaracoes de amor de Romeu. Apenas 6€ a entrada. Me pergunte se eu entrei... Nao! De fora ja dava pra ver a modesta sacada e tambem uma escultura de bronze de Julieta onde todo mundo pegava em seu seio direito para tirar uma foto. Andando um pouco mais vejo uma loja da FNAC e entro, claro. Demorei mais ali do que em qualquer ponto turistico. Numa loja dessas se concentram as minhas coisas preferidas : CD's de musica, livros, computadores, livros, video-games, livros e tecnologia. Nao custa nada dar uma olhada. Lojas assim eu facilmente passo uma hora olhando e saio de maos vazias, e como é em outro pais fiquei mais tempo para dar uma olhada em que as pessoas deste lado do mundo estao lendo, escutando, jogando, comprando... Foi bom. Tinha ate uma estante so de musica brasileira. Estava recheada de musicas boas, porém esperadas de se encontrar por aqui: Chico Buarque, Caetano Veloso, Os Mutantes, Elis Regina, Baden Powell, Toquinho, Bebel Gilberto, Vanessa da Mata... Saio de la e uma dor de cabeça terrivel me ataca. Passeio, passeio, tiro fotos, vou para um canto afastado bem ao alto e sem ninguém, me sento na grama e medito. Uma sensaçao parecida com aquela do parque toma conta de mim, estava feliz. Haviam duas meninas alemas la em cima também, poupa-los-ei dos detalhes. Passeio, ando, desço, visito igrejas, atravesso pontes, arranho meu italiano, dou chau à crianças (as crianças me amam, nao é possivel! Eu também as amo!) Como algo pois ja eram 3 da tarde. Uma pizza e coca-cola (uma pena nao ter guarana aqui). Como tem alemaes aqui! Vi mais tedescos do que italianos na cidade. Ando mais, conheço mais lugares, tomo um sorvete e tomo também o rumo de volta para a estaçao de trem. Ah, conheci umas brasileiras de Sao Paulo, simpaticas até... e um casal de italianos aproveitando o belo e romantico passeio pela cidade "mais romantica" do mundo. Muitos alemaes! Ufa, ja disse? Antes de chegar na estaçao passo num parque onde se veem as muralhas da antiga cidade. Tranquilo e bonito. O trem atrasa, a cidade esfria... Ja no trem e sentado na minha cadeira volto a ler Werther e uma forte discussao sobre o amor me vem à cabeça, em meio à cidade de Romeu e Julieta com todo seu peso historico de um amor, talvez, comercial e a leitura ja dita com o seu amor forte e exagerado... Volto a me perguntar se o amor existe, nos dois romances os protagonistas "morrem de amor e morrem por amor", o mesmo sentimento que a mim nunca se fez presente. Como Werther eu também sou apaixonado pela natureza e nada me faz melhor do que certas ocasioes as quais posso disfrutar do poder (intranscendente) que a natureza por si so nos oferece. Agora, diferentemente a Romeu e Werther que se matam por amor, as vezes me acho um ser apatico e incapaz de demonstrar e viver um amor verdadeiro. Devo eu quebrar essa barreira e me tornar um ser mais apaixonado? Ou sera que estou guardando e acumulando todo esse amor para apenas uma mulher que ainda ha por vir? Ou sera que essa mulher ja envelhece defronte a mim e eu cego nao consigo ve-la? Nao sou cetico o suficiente para nao acreditar no amor pois eu acredito. Se acredito em ET's porque nao acreditar em amor? Ou vice versa... :D
Boa Noite.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Giardini Margherita

Me ponho a escrever aqui no parque de Bologna "Giardini Margherita" pois estou num estado peculiar de felicidade. Resolvi vir pra ca e passar o tempo apenas, e é isso que faço agora, porém alguns fatos me chamaram atençao e resolvo relata-los. Logo quando chego fico observando uma loira bela que usa oculos escuros e tenho quase certeza de que ela retribuiu os olhares. Nao sei ainda se ela tem 18 ou 28 anos. Até ai tudo bem. Mirei um banco na sombra onde pretendia me sentar, quando ando até ele e a mulher antes citada sentava num banco logo a frente, virado para o meu. Nesse momento começa a tocar na radio que estava escutando, uma musica chamada "Ironic" de Alanis Morissette, um momento eternizado na minha mente por essa musica, pois a amei e com certeza a proxima vez que escuta-la me lembrarei das arvores, da brisa fresca no meu rosto, dos patinhos no lago, da criança em minha frente me dando chau, da garota linda e loira sentada a minha frente...Ela ficou ainda mais charmosa depois que tirou da bolsa um livro que passou a ler numa posiçao elegantissima. "Se eu fosse um artista eu começaria a pintar essa mulher..." pensei. Peguei meu caderninho e passei a desenhar. Nao ela, mas sim uma espécie de grafo para deixar mais organizado os caminhos, valores e traçados da minha viagem. Enquanto isso aproxima-se dela (da loira) um homem com traços de indiano andando e mostrando todo seu charme, com certeza chegou para mostrar todo seu galanteio, seu sorriso e sua agradavel conversa. Acho que ela pensou um pouco diferente dele porque nao deu nenhum moral. Continuou a ler seu livro e nao abriu a boca. Ele sentou no banco ao lado dela quando parei de observar. Dois minutos depois e uma tentativa frustrada o homem vai embora. Nao muito tempo depois uma figura careca e peculiar passa em nossa fronte de bicicleta. Para diante da moça e diz algo. Avança, deixa a bicicleta apoiada num poste, senta ao lado dela e... começa a pintà-la! Foi magnìfico! E eu escutando o radio quando no exato momento passa a tocar "Wish you were Here" de Pink Floyd. Foi um momento unico. Uma musica normalmente carregada de sentimento para mim, mas, nesse momento, eu nao pensei em ninguéem e nem "quis que alguem estivesse aqui", estou feliz e agradavel comigo mesmo. Fiquei pensando apenas na musicalidade e na beleza da musica em fusao com a cena do artista sentado ao sol do lado da sua modelo, concentrado e pintando. Logo depois começa a tocar "My Generation" do The Who, o que me fez virar a pagina e começar a escrever sobre este momento. Quando começo a escrever, "Alive" do Pearl Jam sona nos meus ouvidos. Um pouco depois "Frankenstein" que eu nao sei a banda. Musicas boas que me deixaram mais feliz. Havia falado para a minha mae que levaria apenas um aparelho de radio para me mergulhar na cultura e na lingua do pais ao inves de ficar preso às musicas que traria do Brasil que gosto e estou acostumado a escutar, mas, chego aqui e escuto nada mais que as "minhas" musicas numa radio que sintonizei! Brincando, as vezes tocam musicas italianas... Nessa radio ja escutei "Heroes" de David Bowie, "Time" de Pink Floyd e muitas outras... :D

Um pouco depois...

Fechei o meu caderno e passei a ler Goethe. O artista ainda estava la pintando a sua obra. Uma vez pediu para ela mudar a posiçao do cabelo, outra para tirar os oculos escuros (ate que enfim né...)... Passa um tempo e ela se levanta, diz alguma coisa ao cara, e começa a andar pra ir embora. Interrompo a minha leitura e olho sobre o livro. Ela olha para a minha direçao e trocamos aqueles olhares até o pescoço dela nao aguentar mais. Porque ela fez isso? Eu que ja tinha me dado razoes suficientes para nao ir la conversar com ela... Com aquela ultima troca de olhares ela me fez arrepender. Fiquei super curioso para ver a pintura do cara mas quando fui ter uma com o artista ele me olhou de uma maneira que esfriaram até os meus ossos e fiquei intacto no meu banco. Continuo a ler. Uma leitura intensa e uma dicussao sobre o amor e o sentimentalismo exacerbado... Levando e vou dar uma volta. Estava feliz. Meu estado de espirito estava bem alto, nao no maximo porém. Andando sem rumo dentro do parque escutei "Kashmir" de Led Zeppelin, "Heaven for Everyone" Queen, "Californication" Red Hot Chili Peppers, "Phsyco Killer" Talking Heads, uma dos Beatles que nao me lembro o nome e ele fala Hare Krishna... Enfim, sentei na grama e vi aqueles tantos italianos jogando bola, brincando de jogar disco, de malabares, basquete, tocando violao, etc ... Eu deitei na grama, so vi o ceu e os avioes. Dormi ali mesmo...

Domingo a tarde

Bologna, 28/03/10

Hoje começou o horario de verao aqui na Europa e parece que o proprio tambem, apesar de termos recem iniciado a primavera apenas. Hoje é também o domingo de eleiçao para governador do estado. Um dia linda de sol e um pouco mais quente e agradavel do que os dias anteriores. Senti a cidade mais feliz hoje. Mais pessoas andando na rua, as janelas das casas abertas, diferentemente dos outros dias quando o frio nao permtia. Essa semana que passei sem quase escrever foi boa. Fui a Firenze na sexta-feira. Passei pouco tempo la, quatro horas exatas. O suficiente para me deliciar e ter orgasmos visuais com a Igrja principal na praça D'uomo, bela, maravilhosa, com certeza a igreja mais bonita que ja vi na vida, por enquanto... Fui com Rila para la, e, para variar, ela comprou as suas cervejas, 3 de 660 ml. Ela é praticamente um pouco alta o tempo todo... Tiramos fotos, aproveitamos, visitamos a "Ponte Vecchio", uma charmosa ponte que tem casinhas e passa por cima do Rio Arno. Nao entramos em nenhum museu porque todos eram pagos e nao tinhamos dinheiro e nem tempo para eles. Em outra oportunidade os visitarei porque estao ali obras de Da Vinci, Donadello, Michelangelo, Brunelleschi e todo o resto da elite intelectual e artistica da Italia, quiça da Europa.
A semana esta começando e eu pretendo visitar Verona (a cidade onde se passa o romance romantico Romeu e Julieta), Trento e Milao ate sexta-feira, passar a pascoa aqui em Bologna com a familia e ja na segunda me mandar para o sul da Italia e depois rumando a outros paises... Agora vou ali prum bar assistir Milan x Lazio.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Venezia

Venezia 23/03/10

Entao, segunda feira eu sai de casa pois ja estava melhor da febre e da gripe (isso em Bologna ainda). Fui com o Nicolò e Rila (namorada de Nicolò, nao sei se ja mencionei dela aqui antes) para a zona da universidade. A princìpio era pra Nicolò ir pra aula dele e eu e Rila andarmos um pouco por ali e usar um pouco de internet. Mas Nic encontrou com alguns amigos no jardim, uma espécie de mini-parque, perto da universidade, onde os jovens vao para ficar a toa, conversar, fumar maconha e, porque nao, estudar. Ficamos la batendo papo e matando o tempo. Depois fomos para a internet e Nic à aula, pelo menos foi isso que disse. Mandei uns emails necessarios para a minha mae e Rila ligou para a dela. Ela é brasileira. Baiana porém mora em Goiania. Os dois comecaram a namorar quando Nicolò foi pra Goiania no ano passado e ficou na nossa casa, e agora ela veio para a Europa para ver se encontra algum trabalho na Inglaterra. Nic chegou por la e saimos. Ela quis comprar uma cerveja. Entrou numa loja e comprou uma enquanto eu era impressionado pelo preço do whisky. Um Red Label por 11€ ---->27 reais, tudo bem que eram 750ml, mesmo assim, tranformando em um litro ficaria 33 reais. Ai no Brasil paga-se 69 reais. Mais do dobro. Enfim, ela comprou a cerveja dela (ato que se repeteria algumas vezes) e fomos procurar alguma coisa pra fazer. Nic nos levou para um ambiente muito bacana onde era tipo uma escola/bar/café/espaço para jogos... onde se ofereciam cursos dessas coisas diferentes. Tipo curso para barman, malabarismo, magicas, etc. E la em cima tinha o café, sempre seguindo a cor vermelha carecteristica do ambiente. Là passamos a nossa tarde. Jogamos dominò, conversamos, jogamos chadrez, tomamos café, chà e capuccino e rimos muito. Gostei muito daquele espaço. Tinhamos que voltar pra casa porque iriamos sair para comer pizza naquele dia mas, antes, paramos para Rila tomar a cerveja dela. Conversamos um pouco mais e voltamos de vez. Depois de um pouco fomos para a pizzaria como todos. Foi lindo. Tudo muito bom, a conversa, a pizza, a sobremesa, a caminhada sob o luar na cidade... A pizza aqui da Itàlia é muito boa sim, diferente do que alguns brasileiros que vem pra cà falam. Ela é mais simples, sim. Mas eu sou meio "minimalista", pra mim o bom é sentir o gosto da massa de pizza assada banhada ao azeite de oliva, do molho de tomate bem feito e, quase como um tempero, o queijo. Aqui cada um come uma pizza inteira, nao como no Brasil que colocam a pizza no meio da mesa e cada um pega um pedaço. Pessoalmente prefiro do jeito italiano :D. Voltamos pra casa e nao me lembro se saimos depois ou se domimos. Nao importa. Importa é que no dia seguinte acordamos, tomamos café e fomos para a rodoviaria pegar um trem com destino a Veneza (aqui chamada Venezia).

Ja era tarde quando chegamos na estaçao. Chegamos 2 minutos atrasado e nao conseguimos pegar o trem das 2, tendo que esperar uma hora para o proximo. Enquanto isso? Parados nao podemos ficar. Fomos andar pelas bandas. Tinha um parque suspenso muito belo pelas redondezas e o conhecemos, depois do outro lado havia uma feira de comida. Salames, queijos, doces, salgados, paes... Nos passamos em frente de todas as barracas e comemos todas as "amostras para degustaçao" que eles ofereciam, cheguei a experimentar até salame de carne de burro. Isso mesmo. Mas nao gostei muito, era forte. Como eu suspeitava nao gosto de burro. Compramos alguns biscoitinhos para comer no trem e vimos as horas, estavamos a 10 minutos do horario de saida do trem e um bocado longe da estaçao. Corre! Todo mundo correndo. Subindo, descendo as escadas do parque suspenso, esperando para atravessar a rua... So sei que quando entramos no trem o mesmo saiu. A viagem foi tranquila. A pessoa que passa olhando os bilhetes passou e perto de nos havia uns 4 africanos, nenhum deles tinha passagem e muito menos sabia falar italiano. Foi uma cena muito engraçada... Comemos os biscoitinhos e alguns deles tinham pimenta. Começamos a sentir sede. A partir de um momento da viagem sò pensavamos em achar um lugar para beber agua. No trem nao tinha (trem de pobre é assim). Nic teve que sair do trem quando ele parou em outra cidade para comprar agua e quase ficou la. Com sorte recebemos nossa agua. Ele havia comprado com gas "Foi o primeiro botao que eu vi eu apertei" falou ele desculpando-se. Nos fartamos de àgua com gas. E a paisagem era outra coisa com que se poderia deliciar ali na viagem, alguns morros com castelos no topo, ou apenas fazendas charmosas ou simplesmente campos verdes sob o sol jà eram lindos. Chegando em Veneza nao se ve nada de mais. Pra falar a verdade, a minha chegada na cidade nao foi boa. Estava com vontade de fazer xixi e la na estaçao tinha banheiro, mas o detalhe é que o banheiro era pago. 0,80€, dois reais. Foi o mijo mais caro que jà fiz. Quis aproveitar o maximo desse dinheiro que deixei la, tentei fazer coco, mas quando nao ha vontade nao da mesmo... Depois de pagar o direito de o meu xixi morar nas aguas de Veneza saimos da estaçao e ja demos de cara com a linda cidade onde as ruas sao rios e os carros sao barcos. Antes de começarmos a jornada, para variar, Rila comprou uma cerveja. Sim, agora estàvamos pronto para desvendar Veneza! Pra onde vamos? Seguimos o fluxo! Mas tinham diversos fluxos, e agora? Na volta do banheiro havia encontrado um papel dobrado no chao da ferroviaria, abro e é um mapa. Dei sorte. Mais tarde vi o mesmo mapa sendo vendido numa barraca por 3 €. O meu estava um pouco sujo e usado, mas até melhor porque era mais facil de dobrar e guardar. E em Venezia nao se anda sem um mapa. As vielas sao um labirinto, literalmente. Mesmo com o mapa nos perdemos varias vezes. Eram jà 5 e meia quando chegamos e ja começava a escurecer, entao andamos, tiramos algumas fotos, vagamos pelas vielas de Venezia. Linda. Paramos em outro lugar para Rila compar outra cerveja. Nos perdemos uma vez e fomos parar num pier na beira do rio maior onde circulavam os barcos maiores. Ja era noite, sentamos nesse pier de madeira, à luz do luar vendo os barcos e as belas constuçoes ao redor, comemos os restos de biscoitos e pao que tinham na mochila e eles fumaram os cigarros deles... Foi um momento legal, demos chau para os barcos que passavam cheios de gente e nenhuma pessoa respondia o chau. Foi engraçado. Chegamos num dos pontos turisticos, a ponte de Rialto. Muito bonita, branca com algumas lojas sobre ela. Continuamos o itineràrio turistico e chegamos na praça de Sao Marco. Essa sim era muito bonita, assim, transcedental (nao sei se està certo). A basilica estava em reforma de sua fachada, mas se via beleza suficiente na parte que dava para ver. Cada canto olhado abriam-se infinitos detalhes mais o que enchia seus olhos e rendia alguns minutos so para observar.
Depois de vermos os pontos turisticos e parte da cidade, tudo a pé, ja eram quase nove da noite. A idéia agora era de procurar um lugar para beber e festar o resto da noite. Assim, nao era a minha ideia, mas era "a" idéia. Entao seguimos para uma àrea chamada Dorsoduro onde se dizia ter mais movimento a noite. Nao encontramos algo significativo. Paramos para comer paninis e pizzas porque tudo mais era muito caro. Comemos e ela comprou mais uma cerveja. Andamos mais e achamos um lugar onde vendiam Spritz por 1,50€, muito bararto segundo Nic. Era uma mistura de vinho branco, agua com gas e licor. Era bonzinho. Tomamos um cada e aproveitamos para sentar e decidir o que fariamos apos. Decidimos procurar um hotel. Ja eram 10:30 da noite. Era um pouco tarde para isso né. Fomos para o lugar mais proximo que haviamos anotado numa breve pesquisa (para encontar os mais baratos) que fizemos na noite anterior. Chegando la depois de um bocado de caminhada o hotel estava cheio. Ficariamos nos 3 num quarto (com mais pessoas) por 30€, um preço excelente em Venezia, pena que estava cheio, e nos estavamos fodidos. Ficamos perguntando desesperadamente por hoteis ali. Haviam varios, todos muito mais caros. Pegamos balsas (ilegalmente) sem pagar e onibus da mesma forma para ir a uma cidade que ficava fora da ilha, chamada Mestre, procurando por algo mais em conta. Economizamos, ao todo, 42€ em transporte. Mas tambem chegamos num lugar tao longe que tivemos que andar muito para voltar no ponto onde queriamos. De Mestre nos nao tinhamos o mapa, e ja eram 1 da manha. A ciadade morta e nos a pé e o frio... Rila parou pra comprar uma cerveja e comer um trem la. Foi uma aventura e tanto! Ficamos zanzando e procurando por hotel até duas e meia da manha quando encontramos uma pensionato e pedimos para a velha que havia acabado de acordar para ficar por la. Ficou ao todo 50 €, 17 pra cada. Dormimos como pedras.
No outro dia acordamos as onze. Dormiriamos mais se fosse possivel. Se passassemos das onze iriam cobrar outra diaria. E a dona ficava dando indiretas para sairmos o mais rapido possivel. Saimos e pegamos um onibus para retornar a Venezia historica. Ela a luz do dia é mais bonita do que a noite. Fato. Fizemos outro percurso. Sempre ouvindo e vendo pessoas de todo mundo andando ao seu lado, inclusive brasileiros. Foi tudo muito bom. Paramos para almoçar uma pizza e beber algo e comemos o caracteristico sorvete de Veneza, muito bom este ultimo. Fizemos o caminho de volta so pensando em chegar logo e descansar as pernas... Nos despedimos de Veneza pegamos o trem com destino a Bologna e fomos. Veneza, uma cidade linda mas, apesar de tudo, nao senti um ar bom nela. Subjetivamente falando. Nao fiquei surpreendido ou maravilhado ou apaixonado... Nao senti a "energia". Parece que a cidade é so a fachada turistica e nada mais. Nao pretendo voltar tao cedo.
No trem fomos num vagao cheio de meninas que ficavam gritando e bagunçando a viagem toda. Mesmo assim, nos tres pegamos no sono pois estavamos muito cansados. Nic disse ter sonhado que estava numa escola cheio de menininhas chatas gritando. Nao era uma escola e nem eram "menininas pequenas" mas o resto era realidade. Bologna novamente.

quarta-feira, 24 de março de 2010

...

Bologna 21/03/10
Uma da manha.
Jà é dia 21. O começo da primavera aqui no hemsferio norte. A ùltima vez q escrevi algo foi no dia 18, mas dessa vez é porque nao tenho estado bem nesses ultimos dias. Anteontem eu peguei um resfriado logo depois que cheguei do parque e ontem a noite o resfriado piorou para uma febre, impedindo me de sair ontem a noite para curtir o "sabado a noite" da cidade e hoje o dia todo. Estou melhor porem nao sarado da gripe. Amanha iria para Firenze mas adiei a viagem para terça para ver se até la ja estou melhor de vez. A Monica tem me tratado muito bem aqui e desde jà tenho muito a lhe agradecer. Nesse tempo em que estive de leito deu para dar (que coisa horrivel, "deu para dar") uma boa adiantada no livro de Goethe. Estou gostando muito. Eh o tipo de coisa que eu estava querendo e precisando ler.

Jovem Werther

"Mas, ah!, corremos, voamos, e quando lá chegamos, quando o longe se faz perto, nada se alterou, e nós encontramo-nos com nossas mesmas misérias, com os mesmos e estreitos limites, e de novo a nossa alma suspira pelo mesmo bálsamo que acaba de se esvair.
Assim o mais turbulento dos vagamundos suspira afinal por sua pròpria pàtria, e acha na sua cabana, no regaço de sua esposa e em meio a seus filhos, nos cuidados que tem pra ganhar seu pao, o deleite que em vao procurava pelo vasto mundo."

"Como me sinto feliz por ter um coração feito para sentir as alegrias simples e inocentes do homem que põe em sua mesa a cabeça de repolho que ele próprio cultivou! E nao apenas o repolho, mas também os bons dias as belas manhãs em que os plantou, as deliciosas tardes em que o regou, e de novo volta a gozar em um momento todas aquelas alegrias que experimentou ao ver o paulatino crescimento da planta.”


Alguns trechos do livro que estou lendo de Goehte. Achei que fosse interessante transcreve-los mas depois que continuei a ler percebi que vàrios trechos foram injustiçados por mim e também mereciam estar aqui. O livro é muito bom.

Outra coisa, a falta de acento ou a existencia de alguns incomuns é pelo fato de o teclado aqui ser diferente e nao fornecer alguns deles, entao irrelevem isso.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Uno settimana è andato via II

(Continuaçao das anotaçoes do dia 17)
...Os italianos assistem aos jogos em baresde uma maneira curiosa. Todos dentro do bar vidrados na TV assistindo ao jogo. Haviam algumas pessoas do lado de fora também, aproveitando-se da porta de vidro e do sistema de som o qual torna possìvel escutar a narraçao do jogo là de fora. E là estava eu , no frio, com as maos dentro dos bolsos da jaqueta para esquentar, assistindo um jogo do Inter x Chelsea numa cidade històrica/universitària/pequena/bela no interior da Italia (se é que a expressao "interior" é vàlida aqui). Ah, voltando... todos assistiam ao jogo num silencio total, atentos mesmo, muito engraçado. Quando o Inter marcou o gol foi uma festa là dentro, como jà se era de esperar, aquela festa de todos pulando e gritando, alguns reclamando (provavelmente torcedores do Milan), aquela festa que o mais macho dos homens sai gritando ao encontro do amigo e tasca lhe um beijo melado na orelha e o outro parecendo gostar o retribui com um abraço magnìfico.
O jogo acaba e eu volto para o mundo "cult" que estava inserido. Isso tudo apenas virando a esquina e andando uns douze passos. Eles jà haviam terminado o show e agora estavam la fora dando um tempo, conversando e fumando, pra variar. Ficamos um pouco, voltamos para a casa que dormiriamos aquela noite (casa de Hikaro, outro amigo de Nicolò que tocava na banda e morava em Urbino). Descansamos um pouco, eles fumaram mais um pouco, e saimos pra ver o que estava rolando na cidade. Fomos a um bar/pub bem subterraneo em uma das vielas. Parecia cena de filme, um buraco na parede numa viela pequena e escura, uma escada descendente e là em baixo rola mùsica eletronica, um bar para as bebidas, algumas mulheres, mais homens... Nao se pagava nada para entrar e dançar, sò o consumo mesmo. O grupo de jovens que estavam comigo (na verdade eu que estava com eles) morreu quando chegou na pista de dança. O esquema deles, pelo que percebi, é mais cult, ou nao seja essa a palavra certa... Eh tocar, conversar, sentar numa mesa, rir, fumar maconha, etc. E foi exatamente isso que fizemos. No mesmo lugar tinha outros ambientes, sinuca, tòtò e algumas mesas a céu aberto, no meio do prédio, se é que me entendem, e foi pra là que fomos. Là beberam um pouco e eles fizeram a marijuana deles. Logo começaram a rir de tudo e de nada. Andamos pela cidade conversando merda e rindo muito, foi muito bom. Chegamos no local de dormir e um problema. Havia apenas um quarto para dormir sete pessoas. Uma era mulher, namorada de Hikaro, Valentina ( bem bonita ela) que jà dormia na cama de casal. Fora esta cama de casal tinha mais um colchao. Sò. Fred dormiu no colchao (Fred porque nao me lembro ao certo o nome dele), Jam no saco de dormir que ele mesmo havia levado, Meda num pedaço de papelao em meio a cobertores (o pior na minha opiniao), Nicolò dentro da capa do contrabaixo e, os que sobraram, eu, Hikaro e Valentina, na cama de casal. Eh. Isso mesmo. Foi uma situaçao estranha porem muito engraçada. A cama era suficientemente grande pra todos. Eles dormiram num canto abraçados e eu no outro de boa. Ela num canto, eu no outro e Hikaro no meio. Quando acordei as posiçoes haviam mudado um pouco, mas nao importa.
A viagem de volta foi boa também. Vim observando o outro lado. Nao tao belo quanto o outro. Escutamos Jethro Tull, Steve Wonder e algumas musicas italianas. Foi legal. Chegamos em casa, Nicolò foi pra aula de sax e eu sai com os meus "pais" para ver uns mòveis para a cozinha e fazer algumas compras. O massa é que até aquilo que tem tudo para ser programa de ìndio, em outro paìs fica muito interessante! Eh aquilo que eu jà disse. Tudo novidade. Voce senta no carro e vai passando boquiaberto pelas coisas là fora. Quase saimos da cidade para visitar essas pessoas que vendem mòveis. Eh um casal muito simpàtico de velhos que moravam numa casa bem legal e cheia de livros. Um ambiente que me fez recordar de tempos que nem memòria eu tinha. Depois fomos fazer compras num supermercado. Cara, estava em outro mundo. Quanto ao supermercado, tudo bem, cara de supermercado e tudo mais, apenas com algumas aplicaçoes tecnologicas de automaçao que nao tem no Brasil. O que muda bastante sao os produtos. Um mundo novo e muita coisa pra explorar. Inclusive os preços. Ficaria ali a tarde toda descobrindo coisas novas e multiplicando aqueles valores por 2,5 para saber o preço em reais. O Playstation 3 custa 700 reais :D. Depois da compra voltamos, jantamos e adivinha... saimos. Fomos para um bar onde tinha uma "festa brasileira". Toda quarta naquele bar tem um show de musicas brasileiras e tal. Foi bacana ouvir bossa nova, MPB e samba cantados por uma italiana. Cantava bem e o tocador de violao tocava muito bem, todas as notas certas e um gingado de samba, era brasileiro certeza. Conversei com3 ou 4 pessoas do Brasil que estavam là e uma italiana muito simpàtica e aberta a qual Nicolò havia pedido um cigarro. Bem calorosa ela. Quando soube que eu era do Brasil quase pulou em cima de mim e quando soube que eu fazia Engenharia Mecatronica na UnB quase me beijou na boca... (claro que nao né? deeeer). Na volta depois do show, passamos pela Via Zamboni, a via da Universidade de Bologna. Toda cheia de jovens, e aquele ambiente universitario sem igual. Mas aqui é um pouco diferente. Um pouco mais pesado. Mas enfim... Legal é que em plena quarta-feira a universidade é invadida peloas alunos que festejam là dentro mesmo, nas salas de aula. Sò estando là pra ver algo semelhante. E agora estou de volta ao meu claustro, com sono e cansado. Boa noite.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Uno settimana è andato via I

Bologna, 17/03/10
Duas da manha
Jà è dia dezessete. Fiquei dois dias sem escrever. Nao porque nao tenha acontecido nada nesses dias, è porque aconteceram tantas coisas que nao me sobrou tempo para relatà-las. Para falar a verdade, segunda nao me lembro bem o que fiz. Parece que foi a tanto tempo atras... Ah, me lembrei. De manha eu e Fransesco fomos para "La Questura" a polìcia daqui, para verificar a minha situaçao no que se diz respeito ao visto, hospitalidade, etc. Nao posso deixar de dizer o quanto o Francesco e o Nicolò andam ràpido. Sao pequenos e tal, mas quando andam, eu sempre fico pra traz... Enfim, chegamos na "Questura" (ele na frente no caso) mas eles nos mandaram para outro endereço, o qual iriamos sò no dia seguinte. F. foi cuidar de seus afazeres e me deixou no centro da cidade. Amo isso. Eu sozinho e a cidade. Dessa vez fui vsitar "Le Due Torri", um dos cartoes postais mais famosos de Bologna. Uma das torres, a maior delas, dà para subir. Se paga 3€ para entrar e todos os seus pecados para subir. A torre è dos tempos medievais e nao tem elevador, sò uma escada de madeira atè o topo. E uma aventura ùnica! Chegando ao topo depois de 10 - 15 minutos de subida (sem brincadeira ou exagero) a recompensa! Estamos no ponto mais alto de toda cidade. E uma vista sem igual, maravilhoso. A cidade se estende aos vossos pès. Os prèdios de tamanho mèdio, e sempre em destaque as igrejas, maiores e mais bonitas, algumas chegando ao dobro do tamanho dos prèdios. As vielas e ruas para se contorcendo e tecendo os prèdios para terminar a visao. Ah, e ao fundo se ve tambem uma cadeia de pequenas montanhas, ainda nevadas. Sò estando là para saber. Porque o "esperto ao contrario" aqui esqueceu a camera fotografica para postar as fotos da vista. Tinha duas turistas là em cima, pareciam ser do leste europeu, eu devia ter pedido a elas para tirar uma foto minha e depois me mandar por e-mail e tal, um pretexto para conhece-las melhor... Mas o "esperto..." aqui ficou pensando "vou, nao vou..." e elas foram e eu fiquei, chupando dedo e sem foto. Desci e me dei de cara com uma livraria. Entrei e fiquei por là uns 58 minutos ou mais. Tava quentinho, agradàvel, tinham livros e revistas para folhear... Voltei, nao havia ninguem em casa, sò uma panela com pasta ao molho pesto. Comi. Saì. Fiquei andando na rua a toa atè 7 da noite. Voltei. Jantei as nove com toda familia. Spaghetti al Pomodoro. Nicolò saiu para nadar e eu assisti "O Transportador 3" em italiano na TV, bem legal a dublagem :D. Dormi cedo pois deria que acordar cedo no dia seguinte...
Jà no dia seguinte, na terça feira, saimos cedo para ver o negòcio do visto. Chegando là as 7 e pouco da manha a fila estava imensa. Là era onde se resolvia os problemas de imigraçao. Um bocado de estrangeiros provavelmente para solicitar renovaçao do visto de trabalho. Rostos àrabes, chineses, sul-americanos... Depois de muita bagunça e desorganizaçao (nao è sò no Brasil que tem isso) descobrimos que para o nosso caso deveriamos voltar à uma da tarde. Fomos pra casa, dormi atè a hora de sair de novo. Fomos là novamente, o lugar ainda cheio, e descobrimos que nao tem jeito, sò posso ficar aqui por 3 meses. Estamos arquitetando o que podemos fazer para mudar esta situaçao... Voltei, comi, me arrumei e fomos viajar. Eu, Nicolò, Jam e Med (em relaçao a este ultimo eu nao sei exatamente o nome dele). Os componentes da banda a qual jà citei. A cidade que iriamos era Urbino. Fica a 160 quilometros de Bologna. Pegamos a autoestrada. Linda a viagem. Eu ficar dizendo "linda, lindo, maravilhoso, etc, etc" è meio chato e pode parecer um bocado redundante e exagerado mas nao è. Cada palavra è justa ao que vejo. A paisagem é muito bela. Pequenas fazendas na frente e ao fundo uma cadeia de pequenas montanhas, as mesmas desde Bolonha até o destino. Fomos escutando rock, funk e um outro genero oqual nao consegui rotular. Foi legal a viagem. Chegando em Urbino que è uma cidade (adivinhem) linda. Medieval com os prèdios colados, subidas e descidas, castelos, muros, vielas charmosas, restaurantes e pub's, um dos quais a banda de Nicolò iria se apresentar. O bar era minùsculo. Parcia um buraco. Mas là dentro era um ambiente bacana e universitario. A banda de Jazz-cigano começou a tocar sua bonita e animada musica e um grupo cada vez maior de pessoas foi se aglomerando no canto deles. Fiquei um pouco e depois fui da uma andada para conhecer a cidade, jà conhecia as musicas deles. Andei bastante, fiquei fascinado com as ruas, e encontrei uma pizzaria onde estava passando o jogo do Inter e Chelsea pela liga dos campeoes. Tive que ficar para assistir... (continua)

segunda-feira, 15 de março de 2010

Primi giorni

Goiania, 11/03/10

Daqui pra frente sou apenas eu. Acabo de passar pelo detector de metais do aeroporto (magnifico aeroporto de Goiania) Santa Genoveva. Depois de o segurança perguntar se estava levando uma gaita na bagagem de mao eu me virei e perdi o contato visual com minha mae e meu irmao. Mesmo sabendo que eles continuam a poucos metros, do outro lado da parede, uma sensaçao ùnica de liberdede (espero que nao seja de falsa liberdade) tomou conta de mim. Estou so na sala de embarque esperando o meu voo. Nao hà momento melhor para começar a escrever. Ah, vale ressaltar que hoje està um dia lindo.

Paris, 12/03/10
9:36
Bem, aqui estou em Paris. Muitas coisas diferentes de Goiania ou Sao Paulo, mas tem algumas que nao mudam... Estou, por exemplo, em frente a um McDonalds, do mesmo jeitinho do resto do mundo. A minha direita um homeme de mèdia idade e cabelos grisalhos fala ao celular. Italiano com toda certeza. Do meu lado esquerdo està sentada uma mulher, meia idade tambèm, cabelos muito loirose oculos escuros lendo furiosamente uma revista de moda. Se fosse para eu chutar, chutaria algum pais da escandinavia.
A viagem de Goiania a Sao Paulo foi boa, mas agora aparece distante na minha memoria. Em Sao Paulo foi bacana, esperei o horario do voo, comi 1/4 de pizza no Pizza Hut, estava muito boa. Guarulhos jà era um espaço por mim familiarizado, entao nao havia ali muita coisa mais para ver. A unica coisa que tenho a dizer è que aquela sensaçao de liberdade outrora reduzida por alguns poucos metros, agora era muito maior. Comprei um livro. O nome dele: "Os Sofrimentos do Jovem Werther". Ainda nao cemeçei a ler. Fiquei gripado na viagem Goiania Guarulhos e nao conseguia manter a cabeça abaixada para ler sem derramar alguns ml de catarro. A mulher do meu lado esquerdo faz alguns movimentos estranhos, para pegar algo na mala mostra a bunda... (...)
A primeira vez que me senti no mundo, ou seja, fora do Brasil, foi quando pisei dentro da aeronave da Air France quando a comissària de bordo me recebeu : "Bon Jour" e mais umas douze palavras incompreensiveis. Tudo bem, no aeroporto jà haviam pessoas falando em outras varias linguas, mas mesmo assim o portugues era a grande maioria, claro. Quando entrei no aviao, durante todo o voo foi raro escutar alguem falando portugues. Uma mulher chilena sentou ao meu lado e eu treinei um pouco o meu espanhol, que por sinal nao esta ruim. Com os comissarios eu falava uma mistura de portugues, frances e ingles. A viagem foi muito boa. Nao me arrependo de ter ido na janela. O serviço de bordo era bom e o entreterimento eletronico na minha frente era melhor ainda. Vi dois episodios de Os Simpsons, escutei CD's de Neil Young, The Doors, Bob Dylan, The Beatles e Pink Floyd entre outras coisas.
Quando sobrevoando a França, uma grande nuvem estava estacionada por todo pais. Nao deu para ver nada là de cima. Depois do pouso surge imenso em nossa frente o aeroporto de Paris, Charlles de Gaulle, o qual estou sentado no momento. O clima èe frio, -1°C. Acho que agora vou ali fora me arriscar a andar na rua. :D

Bologna, 12 de Março 2010
23:20
Sai do frio de Paris e cheguei na nevada Bologna. Pela janela do aviao so se via branco, e desta vez nao era as nuvens. Uma paisagem muito bela. Se via tambem os alpes là de cima. A viagem em si fora muito simples. Eu, muito cansado, havia cochilado umas cinco vezes no aviao revezando com os serviòos de bordo. Nao podia perder nenhuma comida! Eles serviram dessa vez pao com salame, estava mais ou menos.
Fransesco foi me buscar no aeroporto. Foi simples. Entramos no carro (eu pisando na neve) e ele dirigiu furiosamente o pequeno carro num labirinto de lindas pequenas ruas. O transito aqui é bem diferente ao do Brasil. Bologna nao tem avenidas longas, e sim um labirinto de ruas. A cidade é muito bonita. Espero conhece-la bem nessa semana. Os anfitrioes me receberam muito bem. Isso conta tambem o Nicolò e a mae dele, Monica. A casa (apartamento) deles é antiga, muito interessante, me sinto na Europa neste apartamento. Quando cheguei, là pelas 3 horas da tarde, tomei um chà que me ofereceram e fui dormir pois estava morto. Acordei, arrumei as coisas no quarto, fui ao banheiro e agora estou pronto para dormir novamente. Vou acordar cedo amanha, certeza!

Bologna, 13/3/10
Meia noite.
é, acordei tarde. 10 e meia. Tomei o café-da-manha, sucrilhos como de prache e alguns biscoitinhos. Depois resolvi sair para andar um pouco e conhecer a cidade. Fui na fé mesmo, sem mapa e sem nada, torcendo para topar de frente com algum ponto turistico (ou nao). Andei. Estava um dia lindo. Foi otimo. Tudo novo, os lugares, o frio, as calçadas, os carros, as ruas, as faixas de pedestre, as lojas, a lingua, os prédios, as frutas, os paes nas lojas, os onibus... Espero que dirante a viagem essas coisas peculiares (como por exemplo a casa que estou) nao se tornem comuns. Que eu nao me famialirize o bastante para passar a ignorà-las. Ja na prinmeira esquina um homem puxou papo comigo. Falou sobre outro cara na rua que estava sem roupa de frio, eu retruquei que nao falava italiano, o legal é que ele tentou se explicar, e foi òtimo, ele conseguiu. Eu impressionado com tudo, andava como um bobo, bem devagar e olhando sempre para cima. A coisa mais impressionante que achei foram os cafès e pequenos mercados/padarias/lanchonetes/confeitarias... Sao uma delicia para os olhos. Cada comida... Sanduiche, bolo, frutas, queijos, salames, copas... que dava vontade de pular la dentro. Nao e uma boa ideia passar por uma delas quando esta com fome pois nao sao la muito baratas. Vi poucas pessoas andando, menos ainda eram jovens. Meninas, as que vi eram bonitas. Homens, vi muitos, a grande maioria eram... "pinta" (como homens costumam a dizer quando veem outro homem bonito, mas se recusam a dizer bonito por ser muito "gay"). Voltei pra casa. Manggiamo o famoso "Taglliani a la Bolognesa"de almoço. Muito bom. A tarde, la pelas 3, eu e Nicolò fomos ao centro. Ele foi tocar na banda e ganhar seu dinheiro suado. Eu fui andar no centro, visitar pontos turisticos e nao-turisticos, olhar para pessoas, sentir o frio, ve-los tocar e gastar meu dinheiro nao suado. Nao gastei meu dinheiro mas fiz todo o resto. Ah, e tirei fotos. Poucas mas tirei. O sapato que estava usando começou a machucar e eu voltei pra casa. Quando Nicolò voltou, a gente saiu novamento, fomos jantar na casa de um amigo dele, o violeiro da banda. Mas quem fez a comida foi o clarinetista Francesco. Um jovem de 19 anos. Cozinhou muito bem. Com direito aos tres pratos da refeiçao italiana. Os momentos pre e pos janta foram regados a muito reaggue e [...]. Percebi que nao sei nada de italiano! Foi muito boa a janta tambem. Agora estou de volta e Nicolò foi a um show de Reaggue com a turmae e eu voltei. Nao estava afim de gastar 18 € no show e nao entrar no clima... Agora vou ler um pouco e dormir em monte. Buona Notte.

Bologan 14/03/10
23:40
Hoje nao foi um dia muito diferente de ontem. Continuei no ramo "conhecer a cidade". Para variar, foi muito bom. Nao gosto muito de turismo religioso mas aqui na Italia é impossivel nao visitar esses lugares. Aqui em Bologna os pontos turisticos mais interessantes sao igrejas. Uma mais bonita que a anterior. A cidade continua impecavel aos meus olhos. Um pouco suja porem. O que nao chega a atrapalhar no entanto. As italianas vao se tomando forma para mim, algumas muito bonitas, assim, bonitas mesmo, bem do jeito que gosto, olhos grandes e lindos sorrisos . Por outro lado, eu ainda nao estou me sentindo atraente... Meus labios estao secos/queimados, atingindo uma coloraçao vermelha que parece batom, o meu corte de cabelo me deixou 12 anos mais novo, e estou usando roupas nao minhas, que sei muito bem que nao tem nenhum estilo... Mas, tudo bem!

2010

Bem, voltarei a escrever aqui neste blog pelo motivo da viagem que estou fazendo, e que merece ser reportada de alguma maneira.