terça-feira, 11 de maio de 2010

Napoli

Terca-feira
13/04/10
(Entao antes de Roma)
Pois bem, depois da subita decisao de vir a Napoli, depois do erro do trem noturno que sairia as 2:22 e nao 0:44 como tinha planejado, depois da noite mau-dormida no trem vejo a janela o sol nascente vermelho que surge por tras das pequenas montanhas ao leste. Um pouco embriagado ainda pelo sono me recordo que neste horizonte surgem tambem algumas industrias, depois pequenas casas ate' o concreto tomar conta de vez com a paisagem com altos predios que depois fiquei sabendo pelas placas da estacao que aquilo tudo era Roma. Nao era la o meu destino mas sim o da maioria esmagadora dos outros passageiros. De modo que me vi so na cabine que antes dividia com mais quatro homens. Depois das advertencias que havia recebido ainda em Bologna sobre o perigo de furtos em trens noturnos, ainda mais aquele que ia para a cidade mais violenta da Italia (Napoli), e estando sozinho na cabine, fiquei no dilema: durmo e deixo minha mochila e todas as minhas coisas desprotegidas pela minha inconsciencia ou ficaria acordado durante mais duas horas so pra nao correr esse risco? Dormi, obviamente. Mas antes pus a mochila e a sacola de presentes, que minha mae me incumbiu a distribuir pelos seus amigos napolitanos, numa posicao ao alto de modo que a pessoa teria que primeiro passar por cima de mim para pega-las. Foi um sono dos anjos. Nunca tinha dormido tao bem desde a minha primeira noite na Italia, e olha que fui acordado por tres vezes durante a viagem, primeiro pelo vendedor de petiscos e bebidas, depois por um cara que invadiu minha cabine querendo me vender ouro (???) e um terceiro que nao me lembro bem e so dei o trabalho de dizer "no, grazie", e ainda diversas outras vezes para verificar se tinha chegado. O leito nao era propicio para uma bela dormida como disse acima. Eram apenas dois bancos que juntos se transformavam num pequeno leito sem travesseiro mas com uma cabeceira macia. O meu corpo cabia ali apenas na posicao fetal e foi dessa maneira que me ajeitei. A pouco luz da manha que entrava pela janela, a cabine aquecida, o movimento do trem com vibracoes e curvas fizeram daquele um ambiente perfeito para um bom sono. Acordei com o meu despertador que havia posto para o horario previsto de chegada do trem 10:00. Com nenhum minuto de atraso o trem chegou na estacao central de Napoli. Eu, demente de sono, verifiquei 3 vezes para ver se nao havia deixado nada para tras pois neste estado costumo esquecer das coisas (por um exemplo um livro de Kerouac num onibus Goiania - Brasilia). Nao sabia se Guido iria me buscar na estacao e fiquei la de pe durante um bom tempo a procurar uma pessoa que nao sabia como era. Saio da estacao seguro de que ele ainda nao estava la, esperando encontrar uma bela praca com um chafariz onde pudesse me sentar calmamente a descansar e me deparo com uma pequena visao do inferno. Tudo havia a cor cinza do concreto, desde o chao ate as nuvens no ceu. No lugar onde imaginava a praca havia um espaco todo fechado, provavelmente para reforma ou construcao de algo, em frente um mar de onibus alaranjados se comprimiam numa extensao de asfalto, um abiente parecido com a rodoviaria de Brasilia sem a rodoviaria. Ao redor de tudo muitos carros estacionados e uma avenida empestada de carros e (mais ainda) vespas onde me perguntei se estava no mesmo planeta quanto as regras de transito. Mais adiante, seguindo meu raio de visao, erguiam-se predios relativamente altos e sem nenhum senso arquitetonico. Sentei-me no meio fio, dividindo o espaco com os ambulantes africanos que vendiam qualquer coisa. Abri o livro guia que carrego comigo para ver aonde iria para sair mais rapido dali, mas logo me lembrei que tinha de esperar Guido na rodoviaria. Ligo para ele, finalmente, e o mesmo estava a trabalhar de modo que quem iria me buscar seria sua mae Ester. Enquanto esperava fui dar uma olhada numa banquinha onde uma placa me chamava atencao: CD 1 euro. Eram CD's originais. Fui dar uma conferida. Os CD's nao eram muito bons, do tipo coletanea, alguns do Pavarotti, Andrea Bocceli e outros bons porem com a capa quebrada ou bem danificada... ate que ao lado havia outra plaquinha "tutto a 2 euros", fiquei meio cetico e desconfiado apos a primeira imprepressao mas fui olhar, to fazendo nada. Ja de cara vejo a capa de um disco que queria comprar a um bom tempo: "Brothers in Arms" de Dire Straits, nao hesitei, peguei o mais bem consevado e novo (eram novos e lacrados mas alguns tinham arranhoes) e coloquei no "carrinho de compra" e continuei olhando, encontrei um DVD do R.E.M., ainda nao conhecia essa banda alem da musica "Loosing my religion", hesitei de novo mas acabei levando. 10 reais, ainda esta na margem q posso gastar.
A mae de Guido foi me buscar. A senhora Ester. Desde o principio muito simpatica e sorridente. Gostei muito dela e eh em sua casa que ainda continuo hospedado. E foi aqui que chegamos depois de passar por um labirinto de ruas de trafico intenso... (TEXTO INCOMPLETO, FIQUEI 8 DIAS EM NAPOLI E AI ESTA ESCRITO APENAS A PRIMEIRA HORA, EH CLARO QUE AS SEGUINTES NAO SERIAM DETALHADAS COMO ESTA MAS POSSO DIZER QUE FOI A MELHOR SEMANA QUE PASSEI AQUI NA MINHA VIAGEM ATE AGORA, INFELIZMENTE NAO HA NADA ESCRITO PELO FATO DE NAO TER TIDO TEMPO PARA)


2 comentários:

Daniel Simon disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Daniel Simon disse...

Apesar de susinta, sua aventura continua...