sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Alemanha 2

Sexta 30/04/10
Que dia! Acordo com a porta da sala batendo com o vento frio da manhã que entrava pela janela. Ainda tento continuar domrindo naquele confortável sofá mas o barulho é mais forte que o meu sono. A mãe da Tina já estava na cozinha arrumando a mesa para o café da manhã. Ofereço ajuda que logo foi dispensada com um "ah, já terminei, obrigado", "Vamos esperar mais uns 15 minutos para o meu marido chegar". Eu fui ver a TV que estava ligada na MTV. Vi pela 15ª vez na semana o clipe da Lady Gaga com a Beyonce, Telephone, outro com um negro e David Gueta que agora não me sai da cabeça e um último que me pareceu melhor que os dois primeiros "Acapella" de uma negra de cabelos curtos que me esqueci o nome. Gostei do clipe, bem psicodélico e a música, apesar de repetitiva é a melhor das três. Chega em casa esse homem que precisou abaixar para não bater a cabeça no topo da porta: O pai de Tina. Para quem ainda não sabe ou não se lembra, Tina foi a nossa "irmã de intercâmbio" por um ano em Goiânia começando em Agosto de 2008, Alemã. Por isso estou aqui na Alemanha hospedado com a família dela por alguns dias. O pai da Tina, Joachim, me pareceu bastante simpático apesar de toda altura e busto alemão. Tomamos um café da manhã bem reforçado com direito até a ovos mexidos... Logo depois ele saiu novamente para trabalhar, havia acabado de chegar na Alemanha vinda de avião da Romênia e já saia novamente para trabalhar. Eu terminei de comer, fui arrumar as minhas coisas, que não são muitas, para seguir viagem. O plano para o dia era ir a Köln visitar um pouco e de lá ir para ... onde Tina ia me buscar para me levar para a casa dela em Haag onde estou no momento. Fomos à estação de trem e lá a mãe da Tina teve uma excelente idéia de comprar um passe de trem válido para 8 dias a escolher durante um mês, porém para fazer esse passe deveriamos ir até Düsseldorf. Fomos para lá de carro. Na estação ela me disse que pagaria o passe para mim, um presente de "aniversário" e apesar das minhas réplicas inúteis tive que ceder quando ela gentilmente disse que nós já recebemos a filha dela por um ano em nossa casa, e isso não tem dinheiro que pague. Aceitei de bom grado o presente e já fui planejando os meus próximos 15 dias. Ainda na estação ela (Sabine) me fez pegar o trem errado. Não ia para Köln e sim para uma outra cidade. Apesar de não saber uma palavra em Alemão consegui perceber a tempo o erro, parar numa estação e, por sorte um trem para Köln passaria em 5 minutos. Em Köln você já se surpreende na estação, uma linda construção, sempre cheia de gente. Se impressiona mais ainda quando dá um passo a fora e já está sobre a imensa catedral gótica do "Dom". Ainda aqui a igreja Católica mostra todo seu poder e esplendor. Subi na torre da igreja onde se via uma bela vista da cidade. Conheci uma moça japonesa lá em cima. Falava pouco inglês mas nos comunicavamos bem. Os japoneses são as coisas mais fofas, sempre sorrindo e sempre extremamente educados, e quando vão se despedir são tão tímidos e "inocentes" juntando as mãos ao centro e se curvando pra você...
Depois da igreja fui andar por uma rua para pedestres (calçadão) cheia de lojas. Fiz isso porque não daria tempo para visitar museus ou outras coisas do gênero. Muitas lojas de jogos eletrônicos. É uma pena que ando meio por fora deste mundo faz mais ou menos um ano e não aproveitaria olhando os jogos, controles, videogames, acessórios, tudo o que você imaginar relacionado a jogos. Depois dessa volta, voltei para a estação e peguei um trem para ... onde a Tina iria me buscar. Todas essas passagens de trem já me utilizando do passe (escolhi dia 30/04 como um dos 8 dias que poderei escolher para viajar). Chegando na estação depois de 3 horas e uma troca de trem, não encontro com Tina que chega com 15 minutos de atraso. "Aprendi no Brasil" disse ela. Gostei muito de vê-la. E agora no seu habitat natural. Ela está dirigindo. Seu carro, um Clio 2004 é até bastante potente e percebi no primeiro momento que ela gostava de pisar fundo nas Autobahns. Ela dirigia furiosamente enquanto eu colocava Zé Ramalho e Zeca Baleiro para escutarmos. Chegamos em Haag depois de uns 45 minutos de carro e de uma bela paisagem interiorana ao por do sol. Nos arrumamos para sair. Saimos. No caminho, Tina dirigia rapidamente apesar das curvas da estrada. Eu brinquei com ela "Dirige rápido hein!" e depois perguntei "Você conhece todas as curvas daqui né? Para andar assim?" "Sim" disse ela. Eu só ri. Chegando numa cidade próxima passamos para buscar um amigo que ia conosco. Filip. Muito simpático este grande garoto. Seguimos viagem e não muito tempo depois, numa curva fechada, Tina entra a toda velocidade. Eu disse "Tina,..." denovo "Tina!" e já ouvia os pneus cantando como carro de corrida e, em um pequeno instante, Tina estava na contramão e no instante seguinte, já havia saido pela tangente da curva. Sim. Um acidente de carro. Batemos num pequeno poste de concreto que servia para sinalização e paramos no barranco a frente com os airbags estourados em nossas caras. Foi bem horrivelzinho mas o pior naqueles instantes de tensão é pensar no estado do outro. Logo saí do carro com meu nariz sangrando preocupadíssimo com Tina, pois a batida tinha sido do lado do motorista mas, por sorte, ela estava bem, assim como seu amigo Filip que foi o anjo salvador porque foi ele que manteve a cabeça fria e fez tudo o que tinha que fazer, chamar o polícia, avisar a alguns amigos,etc, enquanto Tina desesperada sem saber o que fazer e o que falar e eu tranquilo e feliz por não ter ocorrido nada com ninguém. Tina por sua vez não estava desesperada pela perda material do carro ou de ter que falar com os pais sobre isso e sobre toda a burocracia do acidente mas sim por o que nós pensariamos dela dali para a frente, de nunca mais querermos entrar num carro com ela ao volante, ou por ficar chateado de alguma forma com ela, ou seja, por possíveis traumas que ela causaria em nós. Achei uma maneira interessante de pensamento. Depois de tudo, da polícia, do guinchi, do hospital para os pequenos arranhões ela decidiu que iria para a festa de qualquer modo para, segundo ela, esquecer isso e tirar da cabeça esse acidente e pediu para que eu a ajudasse. Eu estava tão tranquilo sobre aquilo tudo que precisaria alguém me falar do acidente para eu me recordar...
Fomos para a festa...

3 comentários:

Daniel Simon disse...

É me lembro dessa história. Me desculpe a sinceridade mas depois de algum tempo, sabendo que vc está no Brasil, suas aventuras perdem parte da graça.

alex disse...

É, eu sei. Por isso que demorei bastante para colocá-las aqui, já q não havia tal sentido ou necessidade. Agora que tava praticamente inativo resolvi colocar os ultimos capitulos da viagem e aposentar o blog. Mas mais com o intuito de duplicar a fonte e não só deixar no diário (caso venha a perdê-lo). :)

C. Luke Drácula disse...

Rensga vei, sabia disso não!
Que aventura hein amigo... ê Europa!